A intensidade do "Acaso Caos"
Ricardo Bezerra - Pb
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A
intensidade do “acaso caos”
Não sou crítico literário, pois admiro o
que escreve o Escritor Hildeberto Barbosa Filho. Porém, ao fim da leitura de um
livro, quando este arrebata as emoções, fazendo com que a circulação sanguínea
alcance níveis que proporcionem a erupção vulcânica, materializada no suor que
inunda o corpo, dando sensação térmica aparente de larva que consome tudo por
onde passa, sinto uma necessidade extrema de externar, na escrita, o que senti
com aquela leitura, eternizando o meu pensar.
Ao ler “acaso caos” de Bruno Gaudêncio,
poesias, onde prefiro extirpar esta conotação de “jovem poeta” ou de que “está
maduro no exercício poético”, já que entendo que todos que escrevem são poetas,
independente da idade, porque o sentir poético depende do olhar à escrita, do
gosto por determinada leitura e, também, do momento em que o leitor está para
ler. Augusto dos Anjos ao ter sua morte anunciada foi dito que nada havia se
perdido, enquanto poeta. Quem o disse, para não exaltar seu nome, deve está
revirando a cova!
A intensidade do “acaso caos” começa pela
sua inclusão em seis dos poemas apresentados, destacando-se o que atribui o
título do livro, fls. 45, desta edição lida, onde a imagem do amor e seu
conflito são permeados pelo relacionamento a dois, usando o autor “nós”.
Esta
reflexão nos conduz ao estudo numerológico do seis, onde é perceptível no
citado poema que o autor se identifica muito mais com “nós” do que o “eu”,
colocando a sua preocupação com o bem estar das pessoas, visivelmente percebido
na relação exarada pelo autor.
O “acaso caos” em seis poemas do autor
condiz com o seu perfil pessoal para o numerológico, por ser o número indicado
aos Mistérios Maiores, do amor-sabedoria e da glória.
Cultura é algo que já não mais se
questiona neste Campinense arretado! Ele vem aprimorando-a a cada dia; até
mesmo pelo seu caráter, digno de uma personalidade humana integrado pelos
veículos da matéria: físico, vital, emocional e mental. Aliado a isto,
completa-se com o espírito.
Algumas
virtudes do número seis, tais como: Sentimentos de Amor, Fraternidade, Paz, a
Incansável busca de Deus, responsabilidade, teimosia, disposição, dar e ser
conselheiro, ser sonhador, magnetismo, atração, simpatia, amizade, beleza,
pureza, sensibilidade, companheirismo, compaixão, acolhedor, são visivelmente
encontradas na leitura de “acaso caos” e, até mesmo, no próprio ser Bruno
Gaudêncio.
O autor confiou no
“acaso” e venceu, sendo imprevisível, sem refletir pelas conseqüências e que na
probabilidade lançou o “caos” como forma de manejar as palavras e fazer com que
elas fossem ingeridas pelo leitor causando-lhe uma revolução interna,
reflexiva.
Bruno Gaudêncio
surge como a natureza divina de “caos”, a primeira divindade a surgir no
universo, de difícil entendimento, quando na verdade esta leitura é mudança de
idéia.
O “Itinerário da
desordem interna” é a própria estrutura da divindade. A mais antiga das divindades. Pai de
Tártaro (abismo), Gaia (Terra) e Eros (cupido - o mais belo entre os deuses). Significa
o vazio original do universo.
O
trajeto numerológico e divino do autor é um olhar diferente onde o poema é
vida, vagando no vazio do caos, onde a “Retina” demonstra uma sensibilidade do
poeta e sua pintura estética da poesia como a razão de tudo, onde tudo pode;
até mesmo superar a razão.
O
abismo “bruniano”, nesta ótica e leitura pessoal, compreende uma sonoridade
neste “ossos” que habita na casa eterna como um grande enigma da vida. Como
tratar o tema? Sutilmente Bruno Gaudêncio nos transporta a uma nova leitura dos
nossos ossos. E esta sonoridade tem leitura similar em “pequena canção do
caos”, levando à Terra um propósito momento de que o vazio foi extirpado.
A
narrativa mística, divina, entendida na leitura ganha corpo em “geolírica” por
entender a divindade Terra na sua essência de “alma”, possível de se livrar do
caos humano, através da poesia.
Ler
Bruno Gaudêncio e colocar no papel a visão numerológica e mística da sua
poesia, na noite de São João, onde a fogueira queima vida outrora, dando vazio
ao universo, é de se ter “a urgência do vento” para que o nevoeiro exalado seja
substituído pelo sonho do poeta em ter seus olhos coloridos por nuvens que não
brincam de sol.
RICARDO BEZERRA
Escritor/Poeta/Advogado
Instituo
Histórico e Geográfico Paraibano
Academia de Letras e Artes do Nordeste
Brasileiro- Núcleo da Paraíba
Academia
Paraibana de Poesia
Livro: ACASO CAOS - poesia
Autor: Bruno Gaudêncio
Editora: Editora IDEIA – 2013
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