sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

Porque Participar Do Livro AI-5 * Professora Dalva silveira - MG

AI-5 COLETÂNEA DE TEXTOS E POESIA
Organização:
Rogério Salgado
Baroni Edições
Belo Horizonte - MG 2016
*
Porque participar do livro AI-5?
Dalva Silveira*
Quando o poeta Rogério Salgado me fez o convite para participar da coletânea de textos AI-5, aceitei prontamente e fiquei muito feliz pela valiosa oportunidade de rememorar esse tema. Escrevi, então, um artigo sobre os efeitos do Ato Institucional nº 5 na cultura brasileira, assunto que me acompanhou durante as minhas pesquisas acadêmicas. No mestrado, entre outras coisas, analisei suas influências no encerramento prematuro da carreira do compositor Geraldo Vandré. O trabalho resultou no livro Geraldo Vandré: a vida não se resume em festivais. Já no doutorado, estudei o papel representado por esse Ato no fechamento de nada menos que oito publicações de um grupo de jornalistas da imprensa alternativa paulista dos anos de 1970.
A ideia do livro AI-5 nasceu do encontro entre cinco poetas, no dia 1º de abril de 2014, durante um evento sobre os 50 anos do Golpe Militar no Brasil. Assim, com espírito da coletividade, do sentimento de partilha e idealismo da resistência dos anos 60, esses vêm, agora, publicar seus poemas, registrando, ainda, o depoimento de uma das vítimas da ditadura, bem como as análises de duas estudiosas do assunto. O livro foi, portanto, lançado na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, no significativo dia 13 de dezembro de 2016, num momento em que essas e outras iniciativas que buscam recolocar em pauta os valores democráticos no Brasil se mostram mais que oportunas, imprescindíveis.
Para relembrar o AI-5, é fundamental remeter aos eventos de 1968. A efervescência desse fatídico ano, no Brasil, está inserida num contexto global de protestos e acontecimentos que marcaram a década de 1960. A historiadora Christina Rodrigues, também presente no livro AI-5, mostra que, diante de um cenário no qual “os movimentos democráticos internacionais tinham repercussão no Brasil, os Generais optaram por uma atitude drástica; o AI-5 [...] assinado por Arthur da Costa e Silva, no dia 13 de dezembro de 1968” (p. 44).
No breve texto que tive a oportunide de escrever para o livro, lembro que, em 1968, além das influências externas, os movimentos de contestação no país vinham se radicalizando, em resposta ao endurecimento do regime militar. Sendo assim, pode-se apontar como um dos principais objetivos da promulgação do AI-5 o esmagamento dessa resistência ao governo ditatorial. A partir daquele momento, assistimos ao fim das liberdades democráticas. Então, o governo militar assumiu sua face mais repressiva: censurou os meios de comunicação e as manifestações artísticas que não correspondiam ao ideal da “Revolução de 1964”. As mudanças que daí decorreram, como procuro demonstrar, foram desastrosas para a cultura brasileira:
Com a promulgação do AI-5 e a subsequente implantação e consolidação da indústria cultural, essa ideologia de transformação do mundo, tão presente na arte brasileira dos anos 60, em particular na música popular, foi substituída por outros valores (p. 56).
Na análise que apresento do contexto cultural brasileiro à sombra do AI-5, cito um depoimento de Zuenir Ventura, em que o escritor observou, ainda em meados do ano de 1973, a intensificação de uma cultura essencialmente comercial, padronizada e sem pretensões de originalidade, cujo objetivo era distrair e impedir tudo que levasse a “fazer pensar”. Essa tendência, como ainda ressalto no artigo, assinalou “uma direção para a cultura veiculada, nas décadas posteriores, pela maioria dos canais de comunicação da tradicional mídia brasileira” (p. 57).
O AI-5 também foi responsável pela liquidação dos protestos políticos e pela violenta perseguição às pessoas consideradas “subversivas” pelo regime ditatorial. No livro, trecho da poesia de Irineu Baroni presentifica esses momentos:
Olho (novamente) para trás:
estou sendo seguido
embora o caminho
não exista mais... (p. 25).
Houve, também, muitas prisões e o do uso da tortura, fatos evidenciados nos versos de Rogério Salgado:
daí veio a dor
em forma de telefones, paus de araras
afogamentos e estupros (p. 35).
A revogação do AI-5 só ocorreu em 1º de janeiro de 1979. Essa foi acompanhada por uma lei de anistia, publicada em agosto desse mesmo ano, que não levou em consideração a indiscutível necessidade de responsabilização pelos crimes cometidos. Isso cooperou para o enraizamento da prática da impunidade no país e para a perpetuação de uma cultura de violência e desrespeito aos direitos humanos, a que assistimos constantemente no nosso cotidiano.
Frente a essa realidade, torna-se necessário rememorar, discutir, esclarecer e repassar às novas gerações as atrocidades fomentadas pelo AI-5. Ainda mais num tempo sombrio como este que presenciamos atualmente. Neuza Ladeira, que foi prisioneira política entre os anos de 1970 e 1972, em seu depoimento, também publicado na coletânea, nos fala dessa necessidade:
Foram tempos tortuosos para todos os brasileiros. Sofremos na pele o que significa um regime de exceção. Admito que não esperei estar aqui hoje. Agora mais que nunca devemos falar da quebra da liberdade de comunicação. Estamos em tempo de partidos, tempos de homens partidos (p. 65).
Sendo assim, este livro é fundamental para entendermos e reagirmos ao momento atual, porque, como relata o secretário de Estado de Direitos Humanos, Nilmário Miranda, no seu prefácio, “Os poetas, como se sabe, enxergam na escuridão. Têm a perigosa mania de ordenar as palavras para dizer o indizível” (p. 6). Os poetas, também, nos enchem de esperanças, sentimento muito necessário no contexto em que vivemos. Então, partilho com vocês alguns trechos de poemas presentes na coletânea, carregados desse sentimento, ainda na esperança de que eles contribuam para a sempre necessária resistência a toda forma de opressão.
Em um desses poemas, Helenice Maria Reis Rocha confessa que, “naqueles tempos”,
Presos, de madrugada
E livres
Ninguém nos alcançava
Desprezávamos os exércitos de loucos (p. 15).
E Petrônio Souza Gonçalves deixa uma importante reflexão:
A vida não se estacionou no que passou,
Não é o vento que pousou na janela,
A tempestade que ficou aprisionada
na sala de espera
A vida não é um lugar;
É onde você está.
E segue sempre,
Invariavelmente,
Na busca da eterna primavera (p. 32).
Finalmente, esperemos que se cumpram os versos de Bilá Bernardes, para quem o período da ditadura militar:
Foi tempo de aprendizado
Guardado no passado
Para não repetir (p. 11).


BERNARDES, Bilá et al. AI-5. Belo Horizonte: Baroni Edições, 2016. 72 p.
Projeto gráfico da capa, contracapa e miolo: Irineu Baroni
Preço de lançamento: R$ 20,00
Contatos: Rogério Salgado (31 98421-6827) – Irineu Baroni (31 99796-9693)


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*Dalva Silveira nasceu em Belo Horizonte/MG. Graduou-se em História pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e concluiu sua especialização em Ensino Técnico pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG). Defendeu o mestrado e o doutorado em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), respectivamente com os títulos A vida não se resume em festivais: um estudo das representações sobre Geraldo Vandré na imprensa brasileira (1966-2009); e A “Turma do Ex-” e a ditadura militar: os oito anos de guerrilha jornalística e seu legado. Atualmente, desenvolve pesquisas sobre o período da ditadura militar, com ênfase no campo da música e da imprensa alternativa das décadas de 1960 e 1970. É autora de Geraldo Vandré: a vida não se resume em festivais (Fino Traço, 2011), além de artigos e também outros livros em coautoria. E-mail: dalvasilveira@yahoo.com.br. 

quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

O Hábito De Ler - Por Iram Saraiva / Antonio Cabral Filho - RJ


O Hábito De Ler - Por Iram Saraiva*
O costume de ler o brasileiro não tem. Por isso, quase nada vê, pouco ouve, e fala com uma dificuldade espantosa.
Não vejo outra razão, que não seja a falta de leitura, para tanta servilidade de uma nação inteira. É a própria ausência de dignidade ante aqueles de quem se depende.
Aqui, Executivo, Legislativo e Judiciário não são poderes. São patrões. Lamentável constatação que, com certeza, deixaria triste Montesquieu, o idealizador da divisão dos poderes, na mesma proporção vivida por Santos Dumont ao ver a sua criação, o avião, usada na ordem inversa do que sonhava, qual seja, a paz.
O que o hábito de ler poder fazer ao homem?
No primeiro momento, abre a possibilidade de visão pessoal, o que equivale dizer, enxergar o mundo da forma que ele é, e não do jeito que contam que é.
Depois, ensina ouvir conforme alguém expressou e não na intenção distorcida com a qual, muitas vezes, as palavras são usadas.
Finalmente, afasta o bloqueio do não saber e de se manifestar sem conteúdo e reflexão.
De posse desses três requisitos não há quem não aprenda a pensar, fato que evita que aconteça a previsão de Montesquieu: “Quanto menos os homens pensam, mais eles falam”.
Mas também não conheço um homem sequer que consiga raciocinar sem ter o hábito de ler. Sem conhecimento o cérebro é um moinho que apenas tritura o vazio.
Quem não lê não tem ideias ou convicções, porque o seu alcance só vai até o limite que a ignorância permite: nada.
Há sempre um livro pronto para nos ensinar. A questão é que ele é esquecido em cima de um móvel qualquer todo coberto de poeira.
Fossemos um povo letrado aquele que nos governa, por força do hábito, também o seria, e erraria menos. Nação culta não aceita ser conduzida como o gado é levado ao matadouro.
Já vi inúmeras passeatas, o mesmo tanto de protestos, milhares de faixas “Fora” isso ou aquilo nos finais de semana, e, na segunda-feira, segue a vida normalmente como se nada houvesse acontecido. Ou melhor, quando não piora um pouquinho mais. É muita resignação para o meu gosto.
Às vezes, penso que as redes sociais funcionam, para os seus usuários, como vingança suficiente contra os fatos e seus ocasionadores, pois bastam charges, piadinhas, fotos denunciativas para acalmar a fúria quase santa da galera que também participou dos protestos de rua.
Meu amigo, poderes não temem passeatas e nem charges. Governo morre de medo é de povo culto, que lê e sabe dos seus direitos originários. Portanto, vamos ler, com o propósito de saber, que, talvez, daqui cinco décadas essa gente seja varrida da nossa história.

(Iram Saraiva, ministro emérito do Tribunal de Contas da União, )https://impresso.dm.com.br/edicao/20161214/pagina/19/conteudo/opiniao/2016/12/o-habito-de-ler.html )

quinta-feira, 17 de novembro de 2016

A Força da Palavra Escrita * Kleber Galvêas - ES

A Força da Palavra Escrita
-Van Gogh-
*
A FORÇA DA PALAVRA ESCRITA

O demônio Tentes apresentou ao rei Tannus a matemática, a geometria, a astronomia... e a escrita, dizendo que ela conduziria seu povo à ciência.
Logo imaginamos que isso seria perfeito. Lembramo-nos da aquisição da linguagem oral e de como isso possibilitou a transição da nossa condição absolutamente animalesca para a condição humana. A possibilidade de fixar e transmitir a linguagem ao infinito, no tempo e no espaço, através da escrita, nos tornaria ainda mais humanos. Espalhando e comparando informações, acrescentando opiniões, avaliando resultados e trocando conhecimentos, seriamos solidários.
Tannus não viu assim e disse: “Se você nos ensinar a escrita, eu posso lhe dizer o que vai acontecer: essa habilidade será funesta para o homem.” Imaginou que a força da palavra escrita nos submeteria a um modelo. Colocaria nossas recordações e vivências em segundo plano, o homem perderia a curiosidade, a própria memória e muito do seu saber. Conhecimentos próprios seriam substituídos por citações elegantes, perderia autenticidade na sua expressão. A previsão de Tannus, contada por Platão, em Fédon, se realizou para a maioria da humanidade. Em todas as culturas, em todos os níveis sociais existem fundamentalistas, seguidores fanáticos da palavra escrita por outrem.
Cervantes, há quatro séculos, no olho do violento furacão da inquisição na Espanha, percebeu paradigmas e nos alertou para o desvio dogmático dos agentes fundamentalistas. Enfrentando mil dificuldades, andando na corda bamba sobre fogueiras, em território onde as três grandes religiões de inspiração divina (Cristianismo, Judaísmo e Islamismo) se encontravam ativas, pregando a palavra escrita em seus livros sagrados, ele soube usar a literatura com habilidade (foi o primeiro escritor a transitar do barroco para o moderno). Indicou-nos a correção de rumo dando dribles fantásticos nos censores da inquisição e publicando, há exatos 400 anos (1616), a sua novela Dom Quixote. Critica velada aos seguidores estreitos da palavra escrita na Bíblia, no Torá e no Alcorão.
 Dom Quixote, em seu leito de morte, após uma febre alta, reconheceu que não viveu a própria vida. Fanático pelos livros de Cavalaria Andante, sempre procurou imitar seus heróis da Idade Média. Desprezando a sensibilidade, ignorou seu tempo, sua vocação e suas experiências pessoais. 
A mais popular palavra escrita atualmente está no jornalismo dos diferentes veículos. Da mesma forma que contribuímos com o dízimo para a difusão da palavra escrita nos livros sagrados, que alimentam o espírito, devemos contribuir (assinatura, compra avulsa) para que o jornalismo prospere, alimentando as nossas consciências. A contribuição para a difusão do jornal e da mídia eletrônica é essencial para tomarmos conhecimento dos fatos narrados de diferentes ângulos, para avaliarmos e traçarmos um rumo mais próprio e humano para nossas vidas na comunidade. Evoluímos informando-nos, ouvindo opiniões, analisando, testando hipóteses e investigando velhos paradigmas. Habitamos um mundo que pode ser compartilhado generosamente.
As coisas estão mudando para melhor. Como acontece nos países desenvolvidos, o leitor brasileiro tem mostrado interesse maior por assuntos próximos, sobre os quais já tenha algum conhecimento, dos quais possa participar e até neles interferir, ou simplesmente sabê-los, para conhecer melhor o seu ambiente.
O jornalista é o professor sem didática, mas pródigo, habilidoso e preparado para informar. O professor, o jornalista e o artista têm atividades complementares. O professor habilita o jornalista e o artista a produzirem suas obras; e o povo, a conhecê-las. O jornalista informa o que acontece, onde e como está acontecendo. O artista produz insumos para que o professor e o jornalista exerçam suas atividades, e  complementem a sua obra, pois não existe arte sem público. 
Fundamentais na vida em sociedade, as  atividades desses profissionais  exigem vocação e formação adequada, para   seu bom desempenho. Se tivéssemos um juízo coletivo seriam muito bem remuneradas e prestigiadas, para nosso próprio benefício.

Kleber Galvêas, pintor. Tel. (27) 3244 7115 www.galveas.com outubro, 2006 

quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Leandro Alves - MG / Quem Lê o Quê * Antonio Cabral Filho - RJ

Leandro Alves -MG/Quem Lê o Quê

Memórias da Guerra / 
Agnaldo Silva -Editora Record - RJ

Agnaldo Silva foi minha grande descoberta em 2016 com o livro “Memórias da Guerra” (Record, 1986)! Os contos dele me instigam pela capacidade de síntese, o humor negro, pelos personagens que nossa sociedade míope se recusa a enxergar.  Este livro que, bem que poderia ter como trilha sonora a canção “Na batucada da vida”, de Ari Barroso, é o retrato da extinta Lapa onde eu gostaria de ter vivido. São malandros com a navalha em riste, para quem a vida é uma guerra constante.
O conto brasileiro, como mostra este brilhante livro, não parece monopólio de Rubem Fonseca e Dalton Trevisan.   As putas, os travestis, os michês, as mulheres de bandido— ganham neste texto uma luz que vai além dos letreiros luminosos que iluminam a miséria na cidade.
Agnaldo Silva é dramaturgo, contista, escritor, cineasta e é lamentável que apenas apareça nas entrevistas de TV como autor de telenovelas.
O livro de Agnaldo é divido em três partes.  Na primeira “Livro Um-verdades?”, temos obras primas com o “Nas Matinês do cinema Irís”, que fez com que eu empreendesse uma verdadeira busca pelos sebos da cidade em busca do livro no qual estava publicado.  “Seguem os contos “Memórias da Guerra”, “Pavana para Twist (A Agonia da Lapa)”, “Uma incerta no Mangue”, “Mulher de Bandido” e A Batalha em Nova Iguaçu”.
Na segunda, “Livro dois-mentiras?” temos, dentre outros, os contos “Eles atendem por telefone”, “Confissões de um jovem michê” e “... E a França aprende a tomar banho”.
Por fim, no “Livro três-mentiras e verdades?” temos o conto “Amor grego”, elogiadíssimo por João Antônio.
O autor ainda é reponsável por obras como: “Redenção para Job”,  “Cristo partido ao meio”, “Dez histórias imorais”, etc.
O fascínio que o livro exerce sobre mim se deve ao fato de fotografar em palavras um mundo diferente da hipocrisia e do conservadorismo em que vivemos hoje.
Dentre suas melhores novelas estão:
“Roque santeiro”, em parceira com Dias Gomes; “Tieta”, adptado do romance de Jorge Amado; “Senhora do Destino”, que é considerada uma das melhores  novelas do ano 2000.


Apresentação do Autor


Cabral, o Leandro Alves é um poeta amigo que gosto muito e ele faz último ano de Letras na PUC-Minas. Senti nele uma vontade enorme de participar do seu blog sobre "o que estou lendo agora", mas sem jeito de lhe pedir. Se pudesse convidá-lo, ficarei grato por isso. O e-mail dele é: falecom.leandroalves@gmail.com
Abração amigo,
Rogério Salgado. 


domingo, 13 de novembro de 2016

Salvo Pela Leitura * Antonio Cabral Filho - Rj

Thompson Vitor,1º Lugar
na UFRN, para multimidia. Ele é filho da catadora Rosângela Marinho, que recolhia livros no lixo e levava para os filhos, punha-os para brincar com livros, até aprenderem a ler. Segundo Vitor, ele estuda por prazer e não por obrigação. Veja reportagem a seguir
http://www.naoentendodireito.net/2016/03/filho-de-catadora-e-1-lugar-em.html?m=1 
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Homenagem a Alberto de Abreu * Antonio Cabral Filho - Rj

Homenagem
Alberto de Abreu
Padrão Livraria Editora Ltda
Rio de Janeiro - Rj 1998
*
Trata-se de uma extensa coleção de depoimentos sobre o Livreiro Alberto de Abreu, criador da Livraria Acadêmica e da Livraria Editora Padrão. Antes de tudo, é um livro de História; história do livro, das livrarias cariocas, dos livreiros em geral e das editoras, brasileiras e cariocas, mas sobretudo, um depoimento íntimo, amigo e companheiro sobre aquele que podemos denominar como "Livreiro Padrão", por ter se dedicado integralmente a este amigo incondicional chamado LIVRO.
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quinta-feira, 10 de novembro de 2016

Cabral Comendo Livros * Elenilson Nascimento - Ba

CABRAL COMENDO LIVROS!

O carioca Antonio Cabral Filho – um dos autores da "Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos" – recomenda o livro "Poetas En Cena 6 Edição Belô Poético 2012", com organização de Rogério Salgado. Segundo Cabral: "O livro é uma coletânea com dezenas de poetas brasileiros. Gosto do livro não só pelo fato de eu participar dele, mas justamente pela proposta de algo diverso, pluri-estético. Tem nele colegas que eu leio constantemente. É o que almejo numa antologia...". Contato com Cabral: freguesiadasletras@gmail.com

sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Programas do Livro e da Leitura em Minas Gerais * Antonio Cabral Filho - Rj

Programas do Livro e da Leitura Em Minas Gerais
Encontrei dois sites dedicados ao assunto: Sou De Minas Uái - 
http://www.soudeminasuai.com/  e Conselho Nacional de Políticas Culturais - http://cultura.gov.br/votacultura/foruns/mg-literatura-livro-leitura/  . Resolvi trazê-los para nossos amigos e leitores por serem de alta relevância. Um estadual e outro nacional, mas ambos tratando do mesmo assunto.
Espero que apreciem sem moderação.
*

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Livro e Leitura Em Poços De Caldas * Antonio Cabral Filho - Rj

Poços De Caldas Lidera Leitura Em Minas Gerais
Pesquisas atestam que a cidade mineira onde mais se lê no estado de Minas Gerais é Poços de Caldas, informa o jornal "UÁI!". Desde as mães acima, passando por um sarau no parque
até à FLIPOÇOS anual, a Câmara Mineira do Livro confirma o interesse todo especial do povo "poçoscaldense" pela leitura.
Os jornais locais confirmam 
o que demonstra a empresária Gisele Correa Ferreira. Confiram...
http://www.uai.com.br/app/noticia/e-mais/2015/05/10/noticia-e-mais,167553/pocos-de-caldas-e-a-cidade-onde-mais-pessoas-leem-no-estado.shtml 
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segunda-feira, 24 de outubro de 2016

LEVA-ME CONTIGO * Remisson Aniceto - ES

LEVA-ME CONTIGO *Remisson Aniceto - Es



"Há muitos tipos de esquecimento, mas o pior de todos, o que mais danifica o mundo é fingir esquecer. Fingir que não temos nada com os problemas que nos rodeiam, fingir que não somos responsáveis pelas crianças, idosos e animais abandonados, fazer de conta que nada temos a ver com a preservação do meio ambiente, fingir — como os políticos — que não fomos escolhidos para trabalhar pela melhoria da condição humana e não apenas a nossa condição econômica, fingir que se apropriar do bem alheio não é roubar, fingir e afirmar categoricamente, com todas as provas em contrário, que não são nossos os milhões depositados nas contas abertas em nosso nome nos bancos do exterior.


Voltando à Senhora S, que é quem mais me interessa agora, apesar da dificuldade do nosso diálogo, ainda conseguimos nos entender e espero que a capacidade espacial e a memória dela fiquem preservadas por muito tempo. Não sei como eu me sentirei no dia em que for visitá-la e ela não se recordar mais de mim. Mais triste ainda será o dia em que eu tocar a campainha da casa de repouso e a enfermeira me disser que a Senhora S já não está mais ali.
Penso que esquecer pode ser bom. Ninguém deveria sofrer com a lembrança de um estupro, uma mãe não deveria sofrer com a morte do seu filho, a humanidade não precisaria lembrar os horrores de tantas inúteis guerras. Por outro lado, lembrar das coisas ruins pode sim nos transformar para melhor, nos fazer aprender, nos fortalecer para seguir pelos caminhos do bem".


Extraído de Leva-me Contigo, a senhora S & outras histórias, de Remisson Aniceto
Editora Penalux
GÊNERO: Contos
ISBN: 978-85-5833-065-7 | ANO: 2016
FORMATO: 14X21
PÁGINAS: 220 | Pólen Bold 90gr
R$ 40,00

domingo, 23 de outubro de 2016

A Vida De Lima Barreto / Dalva Silveira / Quem Lê O Quê * Antonio Cabral Filho - Rj

A Vida De Lima Barreto * Dalva Silveira - Mg
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O que estou lendo no momento.
Dalva Silveira*
Estou lendo, pela segunda vez, o livro A vida de Lima Barreto, de Francisco de Assis Barbosa, na tentativa de buscar mais elementos que venham a contribuir para uma melhor compreensão do nosso país, neste momento tão conturbado da política brasileira. Gostei muito dessa obra porque, além de Barbosa ter tido muito rigor científico, ao lermos o livro percebemos o quanto ele mergulhou, apaixonadamente, em sua pesquisa. Porém, o mais importante foi ter conhecido mais a grandeza da obra de Lima Barreto, um eterno crítico das mazelas políticas e sociais de seu tempo, e, também, ter tido contato com a história de vida desse grande romancista da República Velha. Barreto, que escreveu suas obras durante as duas primeiras décadas do século XX, ilustra muito bem os males da formação de nossa República, o que parece ter resultado em muitas contradições e numa extrema desigualdade social. Problemas como racismo, corrupção de políticos, cultura colonizada, especulação imobiliária e dificuldades para a publicação de livros são alguns dos temas presentes em suas narrativas.
Como tantas outras grandes figuras brasileiras, Lima Barreto teve uma vida difícil e conturbada, vindo a falecer, precocemente, em razão de um colapso cardíaco. O que aconteceu com ele exemplifica as perdas que uma sociedade injusta acarreta. Acho uma pena ver que muitos brasileiros de caráter vão morrendo aos poucos, ao sufocar eternamente a vontade de ver este país entrar nos trilhos da dignidade. Acho importante a leitura desse livro, também, para uma rigorosa reflexão sobre nossas atitudes cotidianas de forma a não cooperarmos com a continuidade e proliferação dessa realidade.
Então, boa leitura, esperança e ação!


*     Dalva Silveira é graduada em História pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG); fez especialização em Ensino Técnico pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG); é mestre e doutora em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP); autora de Geraldo Vandré: a vida não se resume em festivais (Fino Traço, 2013), além de artigos e outros livros em coautoria. E-mail: dalvasilveira@yahoo.com.br.
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sábado, 22 de outubro de 2016

Eternos Elos * Selmo Vasconcellos / Quem Lê O Quê * Antonio Cabral Filho - Rj

Eternos Elos - Poemas Para Selmo Vasconcellos - Ro
Este livro é uma coletânea em homenagem a Selmo Vasconcellos, constituída de poemas e prosa poética, com diversos depoimentos líricos sobre o homenageado e suas atividades litero - culturais em Rondônia, já por várias décadas.
Por isso e uma enormidade de razões, este livro possui um lugar especial nas considerações de Selmo Vasconcellos.
Acessem Selmo Vasconcellos
https://www.facebook.com/selmovasconcellos
&
https://www.facebook.com/groups/901145143352793/
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sexta-feira, 21 de outubro de 2016

Marcas De Sofrimento e Esperança * Maria Stela de Oliveira Gomes / Quem Lê O Quê * Antonio Cabral Filho - Rj

Marcas De sofrimento E Esperança * 
Maria Stela de Oliveira Gomes - Mg
Tema: Drama. 
Este é o meu primeiro livro. Um romance no gênero drama e que foi publicado em 2008. Ele retrata a vida de uma família rica que fica pobre após o patriarca perder tudo no jogo. 

Não aceitando a derrota, ele desaparece, deixando a mulher e sua única filha para trás. A parir daí começa a luta de ambas para sobreviver.
Juntas, enfrentam obstáculos. a vitória de Rosalina, a protagonista, vem mutos anos depois com o estudo e sucesso de uma de suas netas que lhe traz a alegria de volta.
Este livro me deu muitas alegrias, pois quem  leu gostou muito. Ele já está esgotado
*
Mais Maria Stela de Oliveira Gomes
https://www.facebook.com/stelaoliveira.gomes
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Retratos Da Leitura No Brasil / Maria Fernanda Rodrigues /Estadão * Antonio Cabral Filho - Rj

Informa Maria fernanda Rodrigues,

 em seu blog no ESTADÃO,  de anteontem, 17/10¹2016.
44% Da População Brasileira Não Lê
E 30% Nunca Comprou um Livro. Aponta pesquisa Retratos Da Leitura.
Pesquisa Retratos da Leitura anuncia resultados de sua quarta edição  em seminário em São Paulo; livro com análise será publicado na Bienal do Livro de São Paulo.

*

Há um pouco mais de leitores no Brasil. Se em 2011 eles representavam 50% da população, em 2015 eles são 56%. Mas ainda é pouco. O índice de leitura, apesar de ligeira melhora, indica que o brasileiro lê apenas 4,96 livros por ano – desses, 0,94 são indicados pela escola e 2,88 lidos por vontade própria. Do total de livros lidos, 2,43 foram terminados e 2,53 lidos em partes. A média anterior era de 4 livros lidos por ano. Os dados foram revelados na tarde desta quarta-feira, 18, e integram a quarta edição da Pesquisa Retratos da Leitura no Brasil.
Realizada pelo Ibope por encomenda do Instituto Pró-Livro, entidade mantida pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel), Câmara Brasileira do Livro (CBL) e Associação Brasileira de Editores de Livros Escolares (Abrelivros), a pesquisa ouviu 5.012 pessoas, alfabetizadas ou não, mesma amostra da pesquisa passada. Isso representa, segundo o Ibope, 93% da população brasileira.
Para a pesquisa, é leitor quem leu, inteiro ou em partes, pelo menos 1 livro nos últimos 3 meses. Já o não leitor é aquele que declarou não ter lido nenhum livro nos últimos 3 meses, mesmo que tenha lido nos últimos 12 meses.
A Bíblia é o livro mais lido, em qualquer nível de escolaridade. O livro religioso, aliás, aparece em todas as listas: últimos livros lidos, livros mais marcantes. 74% da população não comprou nenhum livro nos últimos três meses. Entre os que compraram livros em geral por vontade própria, 16% preferiram o impresso e 1% o e-book. Um dado alarmante: 30% dos entrevistados nunca comprou um livro.
Para 67% da população, não houve uma pessoa que incentivasse a leitura em sua trajetória, mas dos 33% que tiveram alguma influência, a mãe, ou representante do sexo feminino, foi a principal responsável (11%), seguida pelo professor (7%).
As mulheres continuam lendo mais: 59% são leitoras. Entre os homens, 52% são leitores. Aumentou o número de leitores na faixa etária entre 18 e 24 anos – de 53% em 2011 para 67% em 2015. A pesquisa não aponta os motivos, mas Marcos da Veiga Pereira, presidente do Sindicato Nacional de Editores, disse ao Estado que o boom da literatura para este público pode ter ajudado no aumento do índice – mais do que uma ação para manter o aluno que sai da escola interessado na leitura.
Entre as principais motivações para ler um livro, entre os que se consideram leitores, estão gosto (25%), atualização cultural ou atualização (19%), distração (15%), motivos religiosos (11%), crescimento pessoal (10%), exigência escolar (7%), atualização profissional ou exigência do trabalho (7%), não sabe ou não respondeu (5%), outros (1%). Adolescentes entre 11 e 13 anos são os que mais leem por gosto (42%), seguidos por crianças de 5 a 10 anos (40%).
Os fatores que mais influenciam na escolha de um livro estão tema ou assunto (30%), autor (12%), dicas de outras pessoas (11%), título do livro (11%), capa (11%), dicas de professores (7%), críticas/ resenhas (5%), publicidade (2%), editora (2%), redes sociais (2%), não sabe/não respondeu (8%), outro (1%). O item O “tema ou assunto” influencia mais a escolha dos adultos e daqueles com escolaridade mais alta, atingindo 45% das menções entre os que têm ensino superior. Já o público entre 5 e 13 anos escolhe pela capa. Dicas de professores funcionam melhor que todas as outras opções para crianças entre 5 e 10 anos. E blogs respondem por menos de 1%.
Lê-se mais em casa (81%), depois na sala de aula (25%), biblioteca (19%), trabalho (15%), transporte (11%), consultório e salão de beleza (8%) e em outros lugares menos expressivos. E lê-se mais livros digitais em cyber cafés e lan houses (42%) e no transporte (25%).
Aos não leitores, foi perguntado quais foram as razões para eles não terem lido nenhum livro inteiro ou em partes nos três meses anteriores à pesquisa. As respostas: falta de tempo (32%), não gosta de ler (28%), não tem paciência para ler (13%), prefere outras atividades (10%), dificuldades para ler (9%), sente-se muito cansado para ler (4%), não há bibliotecas por perto (2%), acha o preço de livro caro (2%), tem dinheiro para comprar (2%), não tem local onde comprar onde mora (1%), não tem um lugar apropriado para ler (1%), não tem acesso permanente à internet (1%), não sabe ler (20%), não sabe/não respondeu (1%).
A leitura ficou em 10º lugar quando o assunto é o que gosta de fazer no tempo livre. Perdeu para assistir televisão (73%), que, vale dizer, perdeu importância quando olhamos os outros anos da pesquisa: 2007 (77%) e 2011 (85%). Em segundo lugar, a preferência é por ouvir música (60%). Depois aparecem usar a internet (47%), reunir-se com amigos ou família ou sair com amigos (45%), assistir vídeos ou filmes em casa (44%), usar WhatsApp (43%), escrever (40%), usar Facebook, Twitter ou Instagram (35%), ler jornais, revistas ou noticias (24%), ler livros em papel ou livros digitais (24%) – mesmo índice de praticar esporte. Perdem para a leitura de um livro: desenhar, pintar, fazer artesanato ou trabalhos manuais (15%), ir a bares, restaurantes ou shows (14%), jogar games ou videogames (12%), ir ao cinema, teatro, concertos, museus ou exposições (6%), não fazer nada, descansar ou dormir (15%).
A principal forma de acesso ao livro é a compra em livraria física ou internet (43%). Depois aparecem presenteados (23%), emprestados de amigos e familiares (21%), emprestados de bibliotecas de escolas (18%), distribuídos pelo governo ou pelas escolas (9%), baixados da internet (9%), emprestados por bibliotecas públicas ou comunitárias (7%), emprestados em outros locais (5%), fotocopiados, xerocados ou digitalizados (5%), não sabe/não respondeu (7%).
A livraria física é o local preferido dos entrevistados para comprar livros (44%), seguida por bancas de jornal e revista (19%), livrarias online (15%), igrejas e outros espaços religiosos (9%), sebos (8%), escola (7%), supermercados ou lojas de departamentos (7%), bienais ou feiras de livros (6%), na rua, com vendedores ambulantes (5%), outros sites da internet (4%), em casa ou no local de trabalho, com vendedores “porta a porta” (3%), outros locais (6%) e não sabe/não respondeu (7%). O preço é o que define o local da compra para 42% dos entrevistados. Na pesquisa anterior, isso valia para 49%.
A pesquisa perguntou a professores qual tinha sido o último livro que leram e 50% respondeu nenhum e 22%, a Bíblia. Outros títulos citados: Esperança, O Monge e o Executivo, Amor nos tempos do cólera, Bom dia Espírito Santo, Livro dos sonhos, Menino brilhante, O símbolo perdido, Nosso lar, Nunca desista dos seus sonhos e Fisiologia do exercício. Entre os 7 autores mais lembrados, Augusto Cury, Chico Xavier, Gabriel Garcia Márquez, Paulo Freire, Benny Hinn, Ernest W. Maglischo e Içami Tiba.
Quando extrapolamos para a amostra total, os títulos mais citados como os últimos lidos ou que estão sendo lidos foram Bíblia, Diário de um banana, Casamento Blindado, A Culpa é das Estrelas, Cinquenta Tons de Cinza, Ágape, Esperança, O Monge e o Executivo, Ninguém é de ninguém, Cidades de Papel, O Código da Inteligência, Livro de Culinária, Livro dos Espíritos, A Maldição do Titã, A Menina que Roubava Livros, Muito mais que cinco minutos, Philia e A Única Esperança.
Quando a questão é sobre os livros mais marcantes, os religiosos continuam ali e a Bíblia segue como referência, mas a lista fica um pouco diferente, com alguns clássicos e infantojuvenis: Bíblia, A Culpa é das Estrelas, A Cabana, O Pequeno Príncipe, Cinquenta Tons de Cinza, Diário de um banana, Turma da Mônica, Violetas na Janela, O Sítio do Pica-pau Amarelo, Crepúsculo, Ágape, Dom Casmurro, O Alquimista, Harry Potter, Meu pé de laranja lima, Casamento Blindado e Vidas Secas.
Entre os escritores preferidos dos brasileiros estão Monteiro Lobato, Machado de Assis, Paulo Coelho, Maurício de Sousa, Augusto Cury, Zibia Gasparetto, Jorge Amado, Carlos Drummond de Andrade, Cecília Meireles, Chico Xavier, John Green, Ada Pellegrini, Vinícius de Moraes, José de Alencar e Padre Marcelo Rossi.
Fonte: http://cultura.estadao.com.br/blogs/babel/44-da-populacao-brasileira-nao-le-e-30-nunca-comprou-um-livro-aponta-pesquisa-retratos-da-leitura/
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quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Dalva Silveira / Geraldo Vandré / Quem Lê o Quê * Antonio Cabral Filho - Rj

Professôra Dalva Silveira / Geraldo Vandré: A Vida Não Se Resume Em Festivais
A Vida Não Se Resume Em Festivais,
obra da Professora Dalva Silveira, da UFMG, sobre o guru das passeatas Geraldo Vandré. Quem não cantou "Vem, vamos embora que esperar não é saber, quem sabe faz a hora, não espera acontecer!", marchando em caminhadas para transformar o Brasil? É melhor fazê-lo do que ficar na janela espiando a vida lá fora...
Como diz a própria obra,

“Geraldo não foi preso nem foi torturado. Mas para um cara como ele, se lhe tivessem arrancado três unhas, dado choques elétricos, teria sido menos grave do que a castração de seu espaço artístico. O exílio para Geraldo foi enlouquecedor. O Geraldo era fruto de uma vontade ferrenha de ser um artista popular, no sentido de reformular as expressões culturais do povo e entregá-las de volta. Deu a vida dele para isso, entregou-se totalmente à sua arte.”

(Depoimento de Nilce Tranjan, primeira esposa de Geraldo Vandré a revista MPB Compositores)

Geraldo Vandré é um mistério. Ganhador do primeiro lugar no II Festival de Música Popular da TV Excelsior, em 1966 com “Porta Estandarte”, parceria com o maestro Fernando Lona, até a consagração com o segundo lugar no III Festival Internacional da Canção, com “Pra não dizer que não falei das flores”, no qual Chico Buarque e Tom Jobim venceram embaixo da vaias com a belíssima “Sabiá”, também política, porém pela letra mais metaforizada, não teve entendimento do público. A perseguição e o exílio, depois a volta e o ostracismo, voltando a ser apenas o advogado Geraldo Pedrosa de Araújo Dias. Dono de uma sensibilidade humanamente artística, compôs canções para a MPB (ele nunca aceitou a posição de cantor de protesto) como “Disparada” parceria com Théo de Barros, empatada em primeiro lugar no II Festival de Música Popular Brasileira em 1966, com uma emocionante interpretação de Jair Rodrigues; antes, em 1965 havia composto a trilha sonora do filme “A hora e a vez de Augusto Matraga” , do diretor Roberto Santos, baseado num conto de Guimarães Rosa, Vandré fez história e desapareceu, deixando uma lacuna enorme no tempo e na história da nossa Música Popular Brasileira.

E justamente para suprir a falta de algo mais acessível ao público sobre o compositor, a escritora Dalva Silveira lançou pela Fino Traço Editora o livro “Geraldo Vandré – a vida não se resume em festivais”.

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http://artistasencena.blogspot.com.br/2012/10/geraldo-vandre-vida-nao-se-resume-em.html 
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