quinta-feira, 17 de novembro de 2016

A Força da Palavra Escrita * Kleber Galvêas - ES

A Força da Palavra Escrita
-Van Gogh-
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A FORÇA DA PALAVRA ESCRITA

O demônio Tentes apresentou ao rei Tannus a matemática, a geometria, a astronomia... e a escrita, dizendo que ela conduziria seu povo à ciência.
Logo imaginamos que isso seria perfeito. Lembramo-nos da aquisição da linguagem oral e de como isso possibilitou a transição da nossa condição absolutamente animalesca para a condição humana. A possibilidade de fixar e transmitir a linguagem ao infinito, no tempo e no espaço, através da escrita, nos tornaria ainda mais humanos. Espalhando e comparando informações, acrescentando opiniões, avaliando resultados e trocando conhecimentos, seriamos solidários.
Tannus não viu assim e disse: “Se você nos ensinar a escrita, eu posso lhe dizer o que vai acontecer: essa habilidade será funesta para o homem.” Imaginou que a força da palavra escrita nos submeteria a um modelo. Colocaria nossas recordações e vivências em segundo plano, o homem perderia a curiosidade, a própria memória e muito do seu saber. Conhecimentos próprios seriam substituídos por citações elegantes, perderia autenticidade na sua expressão. A previsão de Tannus, contada por Platão, em Fédon, se realizou para a maioria da humanidade. Em todas as culturas, em todos os níveis sociais existem fundamentalistas, seguidores fanáticos da palavra escrita por outrem.
Cervantes, há quatro séculos, no olho do violento furacão da inquisição na Espanha, percebeu paradigmas e nos alertou para o desvio dogmático dos agentes fundamentalistas. Enfrentando mil dificuldades, andando na corda bamba sobre fogueiras, em território onde as três grandes religiões de inspiração divina (Cristianismo, Judaísmo e Islamismo) se encontravam ativas, pregando a palavra escrita em seus livros sagrados, ele soube usar a literatura com habilidade (foi o primeiro escritor a transitar do barroco para o moderno). Indicou-nos a correção de rumo dando dribles fantásticos nos censores da inquisição e publicando, há exatos 400 anos (1616), a sua novela Dom Quixote. Critica velada aos seguidores estreitos da palavra escrita na Bíblia, no Torá e no Alcorão.
 Dom Quixote, em seu leito de morte, após uma febre alta, reconheceu que não viveu a própria vida. Fanático pelos livros de Cavalaria Andante, sempre procurou imitar seus heróis da Idade Média. Desprezando a sensibilidade, ignorou seu tempo, sua vocação e suas experiências pessoais. 
A mais popular palavra escrita atualmente está no jornalismo dos diferentes veículos. Da mesma forma que contribuímos com o dízimo para a difusão da palavra escrita nos livros sagrados, que alimentam o espírito, devemos contribuir (assinatura, compra avulsa) para que o jornalismo prospere, alimentando as nossas consciências. A contribuição para a difusão do jornal e da mídia eletrônica é essencial para tomarmos conhecimento dos fatos narrados de diferentes ângulos, para avaliarmos e traçarmos um rumo mais próprio e humano para nossas vidas na comunidade. Evoluímos informando-nos, ouvindo opiniões, analisando, testando hipóteses e investigando velhos paradigmas. Habitamos um mundo que pode ser compartilhado generosamente.
As coisas estão mudando para melhor. Como acontece nos países desenvolvidos, o leitor brasileiro tem mostrado interesse maior por assuntos próximos, sobre os quais já tenha algum conhecimento, dos quais possa participar e até neles interferir, ou simplesmente sabê-los, para conhecer melhor o seu ambiente.
O jornalista é o professor sem didática, mas pródigo, habilidoso e preparado para informar. O professor, o jornalista e o artista têm atividades complementares. O professor habilita o jornalista e o artista a produzirem suas obras; e o povo, a conhecê-las. O jornalista informa o que acontece, onde e como está acontecendo. O artista produz insumos para que o professor e o jornalista exerçam suas atividades, e  complementem a sua obra, pois não existe arte sem público. 
Fundamentais na vida em sociedade, as  atividades desses profissionais  exigem vocação e formação adequada, para   seu bom desempenho. Se tivéssemos um juízo coletivo seriam muito bem remuneradas e prestigiadas, para nosso próprio benefício.

Kleber Galvêas, pintor. Tel. (27) 3244 7115 www.galveas.com outubro, 2006 

quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Leandro Alves - MG / Quem Lê o Quê * Antonio Cabral Filho - RJ

Leandro Alves -MG/Quem Lê o Quê

Memórias da Guerra / 
Agnaldo Silva -Editora Record - RJ

Agnaldo Silva foi minha grande descoberta em 2016 com o livro “Memórias da Guerra” (Record, 1986)! Os contos dele me instigam pela capacidade de síntese, o humor negro, pelos personagens que nossa sociedade míope se recusa a enxergar.  Este livro que, bem que poderia ter como trilha sonora a canção “Na batucada da vida”, de Ari Barroso, é o retrato da extinta Lapa onde eu gostaria de ter vivido. São malandros com a navalha em riste, para quem a vida é uma guerra constante.
O conto brasileiro, como mostra este brilhante livro, não parece monopólio de Rubem Fonseca e Dalton Trevisan.   As putas, os travestis, os michês, as mulheres de bandido— ganham neste texto uma luz que vai além dos letreiros luminosos que iluminam a miséria na cidade.
Agnaldo Silva é dramaturgo, contista, escritor, cineasta e é lamentável que apenas apareça nas entrevistas de TV como autor de telenovelas.
O livro de Agnaldo é divido em três partes.  Na primeira “Livro Um-verdades?”, temos obras primas com o “Nas Matinês do cinema Irís”, que fez com que eu empreendesse uma verdadeira busca pelos sebos da cidade em busca do livro no qual estava publicado.  “Seguem os contos “Memórias da Guerra”, “Pavana para Twist (A Agonia da Lapa)”, “Uma incerta no Mangue”, “Mulher de Bandido” e A Batalha em Nova Iguaçu”.
Na segunda, “Livro dois-mentiras?” temos, dentre outros, os contos “Eles atendem por telefone”, “Confissões de um jovem michê” e “... E a França aprende a tomar banho”.
Por fim, no “Livro três-mentiras e verdades?” temos o conto “Amor grego”, elogiadíssimo por João Antônio.
O autor ainda é reponsável por obras como: “Redenção para Job”,  “Cristo partido ao meio”, “Dez histórias imorais”, etc.
O fascínio que o livro exerce sobre mim se deve ao fato de fotografar em palavras um mundo diferente da hipocrisia e do conservadorismo em que vivemos hoje.
Dentre suas melhores novelas estão:
“Roque santeiro”, em parceira com Dias Gomes; “Tieta”, adptado do romance de Jorge Amado; “Senhora do Destino”, que é considerada uma das melhores  novelas do ano 2000.


Apresentação do Autor


Cabral, o Leandro Alves é um poeta amigo que gosto muito e ele faz último ano de Letras na PUC-Minas. Senti nele uma vontade enorme de participar do seu blog sobre "o que estou lendo agora", mas sem jeito de lhe pedir. Se pudesse convidá-lo, ficarei grato por isso. O e-mail dele é: falecom.leandroalves@gmail.com
Abração amigo,
Rogério Salgado. 


domingo, 13 de novembro de 2016

Salvo Pela Leitura * Antonio Cabral Filho - Rj

Thompson Vitor,1º Lugar
na UFRN, para multimidia. Ele é filho da catadora Rosângela Marinho, que recolhia livros no lixo e levava para os filhos, punha-os para brincar com livros, até aprenderem a ler. Segundo Vitor, ele estuda por prazer e não por obrigação. Veja reportagem a seguir
http://www.naoentendodireito.net/2016/03/filho-de-catadora-e-1-lugar-em.html?m=1 
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Homenagem a Alberto de Abreu * Antonio Cabral Filho - Rj

Homenagem
Alberto de Abreu
Padrão Livraria Editora Ltda
Rio de Janeiro - Rj 1998
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Trata-se de uma extensa coleção de depoimentos sobre o Livreiro Alberto de Abreu, criador da Livraria Acadêmica e da Livraria Editora Padrão. Antes de tudo, é um livro de História; história do livro, das livrarias cariocas, dos livreiros em geral e das editoras, brasileiras e cariocas, mas sobretudo, um depoimento íntimo, amigo e companheiro sobre aquele que podemos denominar como "Livreiro Padrão", por ter se dedicado integralmente a este amigo incondicional chamado LIVRO.
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quinta-feira, 10 de novembro de 2016

Cabral Comendo Livros * Elenilson Nascimento - Ba

CABRAL COMENDO LIVROS!

O carioca Antonio Cabral Filho – um dos autores da "Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos" – recomenda o livro "Poetas En Cena 6 Edição Belô Poético 2012", com organização de Rogério Salgado. Segundo Cabral: "O livro é uma coletânea com dezenas de poetas brasileiros. Gosto do livro não só pelo fato de eu participar dele, mas justamente pela proposta de algo diverso, pluri-estético. Tem nele colegas que eu leio constantemente. É o que almejo numa antologia...". Contato com Cabral: freguesiadasletras@gmail.com

sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Programas do Livro e da Leitura em Minas Gerais * Antonio Cabral Filho - Rj

Programas do Livro e da Leitura Em Minas Gerais
Encontrei dois sites dedicados ao assunto: Sou De Minas Uái - 
http://www.soudeminasuai.com/  e Conselho Nacional de Políticas Culturais - http://cultura.gov.br/votacultura/foruns/mg-literatura-livro-leitura/  . Resolvi trazê-los para nossos amigos e leitores por serem de alta relevância. Um estadual e outro nacional, mas ambos tratando do mesmo assunto.
Espero que apreciem sem moderação.
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quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Livro e Leitura Em Poços De Caldas * Antonio Cabral Filho - Rj

Poços De Caldas Lidera Leitura Em Minas Gerais
Pesquisas atestam que a cidade mineira onde mais se lê no estado de Minas Gerais é Poços de Caldas, informa o jornal "UÁI!". Desde as mães acima, passando por um sarau no parque
até à FLIPOÇOS anual, a Câmara Mineira do Livro confirma o interesse todo especial do povo "poçoscaldense" pela leitura.
Os jornais locais confirmam 
o que demonstra a empresária Gisele Correa Ferreira. Confiram...
http://www.uai.com.br/app/noticia/e-mais/2015/05/10/noticia-e-mais,167553/pocos-de-caldas-e-a-cidade-onde-mais-pessoas-leem-no-estado.shtml 
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