quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Leandro Alves - MG / Quem Lê o Quê * Antonio Cabral Filho - RJ

Leandro Alves -MG/Quem Lê o Quê

Memórias da Guerra / 
Agnaldo Silva -Editora Record - RJ

Agnaldo Silva foi minha grande descoberta em 2016 com o livro “Memórias da Guerra” (Record, 1986)! Os contos dele me instigam pela capacidade de síntese, o humor negro, pelos personagens que nossa sociedade míope se recusa a enxergar.  Este livro que, bem que poderia ter como trilha sonora a canção “Na batucada da vida”, de Ari Barroso, é o retrato da extinta Lapa onde eu gostaria de ter vivido. São malandros com a navalha em riste, para quem a vida é uma guerra constante.
O conto brasileiro, como mostra este brilhante livro, não parece monopólio de Rubem Fonseca e Dalton Trevisan.   As putas, os travestis, os michês, as mulheres de bandido— ganham neste texto uma luz que vai além dos letreiros luminosos que iluminam a miséria na cidade.
Agnaldo Silva é dramaturgo, contista, escritor, cineasta e é lamentável que apenas apareça nas entrevistas de TV como autor de telenovelas.
O livro de Agnaldo é divido em três partes.  Na primeira “Livro Um-verdades?”, temos obras primas com o “Nas Matinês do cinema Irís”, que fez com que eu empreendesse uma verdadeira busca pelos sebos da cidade em busca do livro no qual estava publicado.  “Seguem os contos “Memórias da Guerra”, “Pavana para Twist (A Agonia da Lapa)”, “Uma incerta no Mangue”, “Mulher de Bandido” e A Batalha em Nova Iguaçu”.
Na segunda, “Livro dois-mentiras?” temos, dentre outros, os contos “Eles atendem por telefone”, “Confissões de um jovem michê” e “... E a França aprende a tomar banho”.
Por fim, no “Livro três-mentiras e verdades?” temos o conto “Amor grego”, elogiadíssimo por João Antônio.
O autor ainda é reponsável por obras como: “Redenção para Job”,  “Cristo partido ao meio”, “Dez histórias imorais”, etc.
O fascínio que o livro exerce sobre mim se deve ao fato de fotografar em palavras um mundo diferente da hipocrisia e do conservadorismo em que vivemos hoje.
Dentre suas melhores novelas estão:
“Roque santeiro”, em parceira com Dias Gomes; “Tieta”, adptado do romance de Jorge Amado; “Senhora do Destino”, que é considerada uma das melhores  novelas do ano 2000.


Apresentação do Autor


Cabral, o Leandro Alves é um poeta amigo que gosto muito e ele faz último ano de Letras na PUC-Minas. Senti nele uma vontade enorme de participar do seu blog sobre "o que estou lendo agora", mas sem jeito de lhe pedir. Se pudesse convidá-lo, ficarei grato por isso. O e-mail dele é: falecom.leandroalves@gmail.com
Abração amigo,
Rogério Salgado. 


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